Silêncio!
do silêncio faço um grito
corpo todo me dói
deixai-me chorar um pouco.
Só à sombra
como o sol vou rebolindo
de sombra assombrada
já lhe perdi o sentido.
Ó céu!
aqui me falta a luz
aqui me falta uma estrela
chora-se mais
quando se vive atrás dela.
E eu,
a quem o sol esqueceu
só dou ao mundo perdão
só choro agora
porque quem morre já não chora.
Solidão!
que lembras-me a santeira
ao céu da companheira
minha profunda amargura.
Ai, solidão
a quem foste confiante
Ai! solidão
e se morderam a cabeça.
Meu Deus
que ao fim do além da vida
do que já fui tenho sede
sou sombra triste
encostada a uma parede.
Adeus,
vida que tanto duras
da morte que tanto gabas
ai, que me dês
a solidão quase loucura.
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